sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Ao me auto-avaliar

Tempo, preciso de tempo para construções baseadas em leituras, necessito do ócio construtivo para minha mente absorver os debates, as explanações, aquele comentário que desperta outra forma de entender o objeto estudado.
Textos criados nas madrugadas, necessitando de um olhar mais apurado, no entanto o tempo não o permite vem o cansaço e as leituras as construções escorrem entre meus dedos.
Penso que poderia ter feito postagens melhores para a disciplina "Educação e Contemporaneidade, que causasse gosto de fato, mais também percebo que todas as construções postadas foram feitas com compromisso e respeito pela profissional que é Josely e respeito pelos colegas de turma profissionais como eu que precisam de tempo/ócio para suas construções.
Ao me auto-avaliar, percebo minhas falhas.
Ao me auto-avaliar, percebo meus pontos fortes.
Ao me auto-avaliar, aprendo a buscar novos caminhos para a minha realização.
Ao me auto-avaliar, aprendo a me auto-conhecer.
Ao me auto-avaliar, tenho o estímulo para a busca de novos conhecimentos.
Ao me auto-avaliar, tenho momentos de satisfação.
Ao me auto-avaliar, fortaleço a relação aluna/professora.

Nesta peregrinação em que troco por enquanto só olhares com a Srª Educação, tendo como aliado o blog alimentando meu amor com o Sr Conhecimento, que com certeza nas atividades docentes, fundamentará minha reflexão no futuro próximo do “meu fazer pedagógico”.

"A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele" (Entre o Passado e o Futuro, Hannah Arendt)

A inclusão dos Iguais

Noenil é a minha expiração para apresentar o “Trabalho de Campo”, solicitado pela Mestra Josely da Pós Graduação, entendo também como forma de render-lhes homenagens, sim Noenil é aquela menina-mulher que dentro do universo educacional torna-se uma grande profissional.
Pois bem o contato de Noe é como vamos chamá-la nos meus escritos, com a educação deu-se de forma administrativa, ela ficou durante 11 anos exercendo a função de coordenadora/administrativa de uma instituição, neste período tomou a decisão também de cursar pedagogia na Uneb, curso este já concluído.
Como é comum no individuo as inquietações fez com que nossa menina fizesse um concurso pela Prefeitura da cidade de Salvador e pedisse demissão da referida instituição e ficou durante 01 (um) como professora de educação fundamental, aprovada no concurso expectativas transbordando, a pergunta que não se cala: qual será a escola que poderei aplicar minhas teorias e práticas educacionais?
O rio do destino levou Noe ao Pestalozzi, educação inclusiva? Isso só sabemos na teoria! como aplicar algo tão distante dos conceitos discutidos em seminários, livros, debates e tantas outras explanações? como trabalhar com os iguais?
Tabu educacional, cultural e social, onde o senso comum apresenta que só o profissional que tem vocação pode penetrar neste universo “especial educacional”.
Noe nem sabia que tinha vocação, “FOI” elaborou projetos, pensou em práticas e teorias fundamentadas nos doutores ditos em educação. Só que não funcionava, eram dias exaustivos, chorosos, dolorosos, contagiada diariamente com a vontade de desistir, porém nossa menina tem dons, vontade de verdade, e ouviu sua percepção como ser pensante e vivente, passando então a olhar o outro com suas limitações, avanços, cotidiano, história familiar e construiu práticas a partir de suas observações a partir de sua leitura de vida.
As atividades são dinâmicas, como diz a nobre colega, cita Noe:
“Todos os dias quando vou dar aula referente aos números, começo do número 01 (um), por que para meus alunos o número 01(um) não importância para leitura de mundo e sim a dinâmica que realizamos em sala para começarmos a contagem dos números”.
A história da educação inclusiva vem nos mostrando que a atuação do educador, jamais é neutra e responde a demandas que se inscrevem em um contexto político, econômico, social e cultural.
A educação inclusiva vem se mostrando como um desafio para Noe, ou seja, pensar educação inclusiva considerando como prática de inclusão social, e ela têm essa reflexão quando expõe nos seus diálogos que não podemos falar em educação especial sem pensar na educação para todos.
Noe apresenta aos alunos da Pestalozzi a possibilidade da inclusão a uma sociedade mais justa mais igualitária e respeitosa, ou seja, do acesso continuo ao espaço comum da vida em sociedade.
A sala de aula é composta por 15 alunos sendo 10 (dez) sexo masculino e 05 (cinco) sexo feminino, os iguais não são separados por deficiências neste universo guiado por Srª Educação eles se encontram.
O contato é de atenção e respeito ao outro, nossa alteridade de cada dia é mensurada, onde os iguais silenciosamente lembram para a sociedade, não sou invisível! faço parte do seu mundo.
Seguem Noe e os Iguais, o contato, o olhar, as brigas, as descobertas, tristezas e renovações peregrinam num caminho iluminado na busca da inclusão para todos tão certos como o sol que nasce a cada manhã.

Educadora Noenil Rose
15 Alunos
Sociedade Pestalozzi da Bahia
Rua Porto Tainheiros 74
Ribeira, Salvador, 40421580
(0xx)71 3312-1254‎
(0xx)71 3314-3751‎

Meu fazer pedagógico


Como se apresenta no meu fazer pedagógico a relação epistemológica pedagógica e em que medida isto ajuda ou dificulta a relação do meu projeto?
Se por “episteme” entendo o saber cientifico, sistêmico, metodológico, entenderei a “relação epistemológica pedagógica” como oriunda de uma pedagogia fundada no saber científico, numa pedagogia que une a vivência com a pesquisa, com o estudo de causas. Uma pedagogia que se pauta na ciência para aprimorar o seu saber e desta forma aperfeiçoá-lo.
A passagem da teoria a prática é complexa talvez isto cause sempre impacto nos projetos, nem sempre se tem certeza de que em situação didática real, redundará nos resultados desejados.
Que educação e para qual sociedade?
O que conceituamos como educação? aceitamos a significação comum, corrente da escola tradicional? o que é educar? passar conhecimento bancário? depositar informações que serão"mensuradas"nos processos tradicionais avaliativos? o que entendemos por sociedade? conjunto de indivíduos que compõem as massas das grandes metrópoles? o que é na prática, a sociedade? o que é, em última instância, a educação? transmissão de saberes? qual a representação da Srª Educação neste palco?
Entendemos a educação como um processo contínuo de permanente superação e desdobramento, não temos como negar o valor das práticas pedagógicas que são de fato decisivas para as mudanças e para o alcance de novos conceitos e modos de atuação de uma sociedade.
A crise do estado moderno é a crise do homem moderno, carente de valores e de significados, descaracterizado e alienado. Penso que é de fundamental importância redimensionar o papel e a formação do professor para esta sociedade nova.
O discurso humanitário e filosófico entende que o educador ao dialogar o conteúdo, permite uma troca de informações com o aluno, onde será observado seu cotidiano, seu nível de conhecimento, suas experiências e aí será desenvolvido método que exercite o intelecto através de reflexões independentes, construindo assim um sujeito com autonomia e responsabilidade nas suas ações, ou seja, seres reflexivos cientes de seus direitos e deveres no momento e lugar social onde vivem.
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade sem ela, tampouco, a sociedade muda". (Paulo Freire).
Freire fala da nossa capacidade de se relacionar com as coisas do mundo. O sujeito tendo consciência e uma visão global torna-se capaz de perceber o outro e os objetos do mundo de forma reflexiva.
Pensar a história dando dignidade ao sujeito de ler e escrever e narrar seu mundo, se fazendo através do tempo e do convívio com outro, a construção, realaboração, idas e voltas, narrar sua leitura de mundo.
Quais as minhas perspectivas de atuação?
Creio que o fazer do professor dever ser um fazer peculiar, exclusivo, característico de sua formação, de sua vontade pessoal e profissional. Tendo também dimensões vocacionais com habilidades específicas de execução, adaptação às realidades em que se encontra, fazer crer, ensinar e de aprender, o papel de transformar, de gestar seres pensantes, que interajam com o mundo de forma reflexiva, de construir com os educandos as ferramentas necessárias e indispensáveis à sua formação integral, podendo ser feita através de uma educação direcionada, que visa à maturidade do educando, que incomoda, destrói valores perpetuados por uma mídia alienante, desconstrói éticas e morais duvidosas que são engendradas pelos grupos que as geram e as impõe às classes dominadas. Podendo apresentar evidências que há muito mais para ser feito que simplesmente se alienar, se acomodar na apatia, na revolta improdutiva.
Como quero e como interfiro no mundo pela educação?
Desconstruir os valores superficiais e nocivos martelados pelo senso comum, e mostrar ao educando sua real importância como sujeito de um processo, fazê-lo perceber que não é simplesmente um objeto a ser manipulado; fazê-lo enxergar as nuanças que estão por trás dos processos de alienação, trocar experiências, apresentar caminhos que farão a diferença quando de sua cristalização como ser que atua, sujeito da situação, furtando-se então ao processo de "coisificação".
Sem dúvida é uma tarefa árdua, mas essencial, interfiro no mundo da Srª educação para formar sujeitos alimentados com responsabilidade, compromisso e sentido de vida.

Referências Bibliográficas:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975