sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Meu fazer pedagógico


Como se apresenta no meu fazer pedagógico a relação epistemológica pedagógica e em que medida isto ajuda ou dificulta a relação do meu projeto?
Se por “episteme” entendo o saber cientifico, sistêmico, metodológico, entenderei a “relação epistemológica pedagógica” como oriunda de uma pedagogia fundada no saber científico, numa pedagogia que une a vivência com a pesquisa, com o estudo de causas. Uma pedagogia que se pauta na ciência para aprimorar o seu saber e desta forma aperfeiçoá-lo.
A passagem da teoria a prática é complexa talvez isto cause sempre impacto nos projetos, nem sempre se tem certeza de que em situação didática real, redundará nos resultados desejados.
Que educação e para qual sociedade?
O que conceituamos como educação? aceitamos a significação comum, corrente da escola tradicional? o que é educar? passar conhecimento bancário? depositar informações que serão"mensuradas"nos processos tradicionais avaliativos? o que entendemos por sociedade? conjunto de indivíduos que compõem as massas das grandes metrópoles? o que é na prática, a sociedade? o que é, em última instância, a educação? transmissão de saberes? qual a representação da Srª Educação neste palco?
Entendemos a educação como um processo contínuo de permanente superação e desdobramento, não temos como negar o valor das práticas pedagógicas que são de fato decisivas para as mudanças e para o alcance de novos conceitos e modos de atuação de uma sociedade.
A crise do estado moderno é a crise do homem moderno, carente de valores e de significados, descaracterizado e alienado. Penso que é de fundamental importância redimensionar o papel e a formação do professor para esta sociedade nova.
O discurso humanitário e filosófico entende que o educador ao dialogar o conteúdo, permite uma troca de informações com o aluno, onde será observado seu cotidiano, seu nível de conhecimento, suas experiências e aí será desenvolvido método que exercite o intelecto através de reflexões independentes, construindo assim um sujeito com autonomia e responsabilidade nas suas ações, ou seja, seres reflexivos cientes de seus direitos e deveres no momento e lugar social onde vivem.
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade sem ela, tampouco, a sociedade muda". (Paulo Freire).
Freire fala da nossa capacidade de se relacionar com as coisas do mundo. O sujeito tendo consciência e uma visão global torna-se capaz de perceber o outro e os objetos do mundo de forma reflexiva.
Pensar a história dando dignidade ao sujeito de ler e escrever e narrar seu mundo, se fazendo através do tempo e do convívio com outro, a construção, realaboração, idas e voltas, narrar sua leitura de mundo.
Quais as minhas perspectivas de atuação?
Creio que o fazer do professor dever ser um fazer peculiar, exclusivo, característico de sua formação, de sua vontade pessoal e profissional. Tendo também dimensões vocacionais com habilidades específicas de execução, adaptação às realidades em que se encontra, fazer crer, ensinar e de aprender, o papel de transformar, de gestar seres pensantes, que interajam com o mundo de forma reflexiva, de construir com os educandos as ferramentas necessárias e indispensáveis à sua formação integral, podendo ser feita através de uma educação direcionada, que visa à maturidade do educando, que incomoda, destrói valores perpetuados por uma mídia alienante, desconstrói éticas e morais duvidosas que são engendradas pelos grupos que as geram e as impõe às classes dominadas. Podendo apresentar evidências que há muito mais para ser feito que simplesmente se alienar, se acomodar na apatia, na revolta improdutiva.
Como quero e como interfiro no mundo pela educação?
Desconstruir os valores superficiais e nocivos martelados pelo senso comum, e mostrar ao educando sua real importância como sujeito de um processo, fazê-lo perceber que não é simplesmente um objeto a ser manipulado; fazê-lo enxergar as nuanças que estão por trás dos processos de alienação, trocar experiências, apresentar caminhos que farão a diferença quando de sua cristalização como ser que atua, sujeito da situação, furtando-se então ao processo de "coisificação".
Sem dúvida é uma tarefa árdua, mas essencial, interfiro no mundo da Srª educação para formar sujeitos alimentados com responsabilidade, compromisso e sentido de vida.

Referências Bibliográficas:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975

Um comentário:

Geraldo Seara disse...

Olá, Denise.
Gostei muito do seu trabalho e já vou indicar seu blog aos alunos do Curso de Letras da Uneb (EaD). Eles já passaram pela disciplina Aspectos Culturais e Históricos de África e esta sua postagem veio bem a calhar!

Abraço,

Geraldo.